Review SGT – "TC Classic" - Telecaster
Apareceu
essa telecaster simpática aqui para eu fazer um review. Fiquei com o
instrumento por algum tempo, usei ela como guitarra de estudo, levei pra show e
ensaio, seguem as minhas impressões a respeito:
(para quem não tem paciência pra ler, tem uma versão resumida do texto em vídeo:)
A Marca.
A
SGT (Special Guitar Team) é uma marca nova buscando seu espaço no nosso
mercado. Ela conta com alguns profissionais já no mercado há muitos anos, 2 dos
responsáveis pela marca são o Seiji Tagima, e o Leandro Walczak, ambos com
passagens por várias outras marcas e com uma bela carga de experiência que
trazem pra essa empreitada.
Ao
que me foi passado, o conceito da marca são guitarras construídas no Brasil,
com bastante cuidado na fabricação, com o conceito de fábrica, mas preocupação
de uma “custom shop”. Eles buscam um
nicho de mercado interessante, com um preço final de mercado competitivo
visando brigar com as demais “custom shops” estabelecidas no nosso por aqui e
também com as marcas importadas mais famosas que sofrem em seus preços com a alta do dólar.
A
Guitarra
O
Modelo que me foi enviado, o qual falarei a respeito é a TC
Classic. Que seria a telecaster modelo de básico deles. (pesquisando no
site vi que eles oferecem 4 opções de telecaster, essa mesma com um mini
humbucker na ponte, uma versão custom com um top de maple figurado, e uma
versão nashville com terceiro pickup na posição do meio).
Ao
que me consta a fábrica ainda tem uma divisão custom shop que pode fabricar um
instrumento com certo grau de customização em cima de uma plataforma básica
deles, (não é um lugar pra se encomendar um doubleneck de desenho estranho, mas
pode se pedir alguma captação especifica e mais alguma outro detalhe dentro dos
modelos que eles oferecem).
Essa
daqui é feita em freijó (também existe a opção de marupá ) no corpo, o freijó é
mais próximo do ash tradicional nas teles, mais pesado e de equalização mais
“pontuda” (mais scooped) o marupá é uma
madeira mais leve com mais características de médios aos meus ouvidos. Os
braços são em maple canadense, com opção de embuia, as escalas podem ser claras
em maple ou escuras em pau ferro, o caso dessa que veio pra mim (maple + pau
ferro), que inclusive acho que é a própria da foto do site aqui:
É
uma tele, no ponto de vista estético com pequenas alterações onde cada
fabricante faz a sua leitura da telecaster para personalidade e por obrigação
pra não tomar um processo da fender. Nessa área o mais perceptível é uma leve
ponta na parte arredondada do headstock.
Na
parte mais prática ela tem alguns detalhes que me agradam bastante, eu sou um
profundo fá de teles, mas algumas características das mais tradicionais não são
do meu agrado, prefiro instrumentos com um pequeno toque de modernidade, que
pra mim se traduzem em maior conforto e tocabilidade. Essa aqui já apresenta
alguns desses pontos para mim importantes nesse quisito:
-
tem braço de 22 trastes (sim aquele 1 traste pra mim faz uma falta pra ponta da
pentatonica na tonalidade de A),
-
trastes grandes que facilitam os bends com cordas mais pesadas, assim como um
raio um pouco maior de escala (12”) e um acabamento acetinado na parte traseira
do braço no que também me agradam em conforto.
O
shape é em C um pouco achatado atrás, não é muito fino, o que deve aumentar a
estabilidade dele com relação a movimento em variações de temperatura, mas não
achei um braço grosso. Gosto de V Shapes por aqui mas não tive problemas de me
adaptar com esse.
O
corpo conta com o contour traseiro, tb conhecido como belly cut, puxado das
stratos, que deixa a guitarra um pouco mais ergonômica na barriga e também um
recorte na parte de trás do corpo perto do final da escala para facilitar o
acesso às últimas casas.
Fechando
a lista de componentes a guitarra contou
tarrachas gotoh, com ponte tradicional de 3 saddles e
captadores tradicionais em Alnico da marca DS Argentina, a qual eu nunca tinha
ouvido falar, mas surpreenderam positivamente.
De
pontos negativos no acabamento percebi apenas 2 pequenos detalhes, as laterais
dos trastes poderiam estar melhor polidas (não chegaram a incomodar para tocar,
mas percebe-se leves cantos vivos ao passar a mão) e os furos do rulers dos
string-throughs na parte de trás estão levemente desalinhados, (sem nenhuma
implicação de tocabilidade, apenas estética).
Tocando.
A
guitarra se manteve bastante estável, ajustada da fabrica com cordas 010 que
são minha preferência e tb a recomendada pelo fabricante, variei um pouco as
afinações pra tirar algumas musicas, trabalho bastante com Drop D, mesmo indo e
voltando um pouco a guitarra não perdeu a regulagem, nem em casa, nem em ensaio
e show, uma vez afinada a guitarra se mostrou bastante estável nessas
situações.
O
captadores supreenderam positivamente, achei eles razoavelmente silenciosos (claro,
são singles tradicionais, tem algum ruído natural), não apitaram, tem um bom
timbre tradicional do que se espera de uma telecaster: o neck um pouco mais
velado o ponte bem estalado (pra ser chato, este poderia ter um “cabelinho” a
mais de grave para ser usado com o freijó, provavelmente no Marupá ele já tem o
grave suficiente). A posição de soma dos 2 caps soou bem encorpada e definida.
Gravei duas baterias de áudio samples: a primeira apenas a guitarra demonstrando posição a posição de captador, com timbres limpos e com vários estágios de drives:
Gravei duas baterias de áudio samples: a primeira apenas a guitarra demonstrando posição a posição de captador, com timbres limpos e com vários estágios de drives:
A
Segunda usando a guitarra para tocar em playbacks de alguns estilos distintos
como Funk, country, Blues e rock demonstrando algumas possibilidades de timbres
que se pode tirar do instrumento dentro de cada uma destas linguagens:
No
geral ela me surpreendeu bastante bem, é um instrumento pronto que pode ser
usado profissionalmente do jeito que vem de fábrica, tenho várias outras teles
de diversas marcas por aqui, e não achei que ela ficou devendo em qualidade a
nenhuma delas.
Se
a marca mantiver esse padrão de qualidade nos demais instrumentos de sua linha
e ao longo de sua vida, acredito que
será uma opção bastante interessante de custo beneficio dentro da categoria a qual
ela visa brigar no nosso mercado. (segundo o fabricante esse instrumento teria
um preço de mercado final em torno dos 2500,00 reais).
Mais
informações do fabricante:
Uma nova marca nacional é sempre bem vinda, se eles mantiverem a qualidade. O normal, infelizmente, é ter uma primeira leva boa e o resto de razoável pra baixo...
ResponderExcluirÓtima resenha, parabéns a você e à SGT. Que se possa ter cada vez mais opções nacionais de qualidade!
ResponderExcluirDifícil é achar quem venda
ResponderExcluirEncomendas direto com a fabrica ou no show room da fabrica na teodoro !
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