Review Amplificador Pedrone Titan

Review Pedrone Titan

            O Titan é o amplificador “pequeno” da Pedrone amplis, é uma categoria, que até poucos anos já era febre lá fora e não havia sido explorada pelos fabricantes daqui, e hoje em dia, foi descoberta, e já existem algumas opções nesse mercado, cada uma com características particulares.

            Antes do review em si acho importante falar um pouco do que esperar de um valvulado de baixa potencia. O timbre valvulado sempre foi procurado pelos guitarristas por suas características de “esquentar” o som ou torná-lo mais orgânico. O que acontece é que, fica complicado tocar em amplificadores de maior potencia dentro de casa, os valvulados atingem o seu timbre abertos a partir de um certo volume, e no caso de amplificadores maiores, fica praticamente impossível usar esses volumes dentro de casa sem criar problemas com a vizinhança.

            É aí que os valvulados de baixa potencia entram, a intenção é ter um amplificador no qual possa-se usar o botão de volume mais aberto para achar o timbre quente, porém que nessa condição, tenha um volume final razoável pra se tocar dentro de casa, seja para estudar ou gravar.   

            É possível tocar ao vivo com eles ? Sim, mas dentro de condições bem especificas,  Se você utilizar som limpo do amplificador acho bem complicado, a não ser que o amplificador esteja microfonado e reforçado no sistema de som da casa,  inclusive no palco (é necessário um reforço nos monitores de chão ou sides) ou você será coberto pelo baterista. Numa condição menos ideal é sempre bom carregar um amplificador com reserva de potência, para não ficar na mão.

            Então vou falar a respeito do Titan principalmente visando essa condição citada de gravação em estudo ou tocar em casa.

Características do amplificador:

            O Titan é um amplificador all tube de 8W, ele possui 2 canais, os seguintes controles na parte frontal:

Input da guitarra, 

chave FAT (agrega graves e medios graves na eq)

chave bright (agrega agudos na eq)

 botão de Ganho – controla a saturação em ambos os canais, limpo ou sujo.

Chave War/peace – chaveia entre os canais limpo e sujo.

Botão de Bass  botão de Middle e botão de treble -  equalização.

Chave TONE – muda a característica da equalização.

Máster – Volume Máster.

Na parte de Trás

Saída para caixa de 4 ohms

Saída para caixa de 8 ohms.

Saída emulada de Linha – Saída para gravação direta em placa de som.

Send / Return – para ligação de efeitos.

Ligando o amplificador:

            8W é alto pra se tocar em casa, volume não vai faltar, pelo contrario, vai sobrar, por ter os controles de ganho e volume atrelados é possível abrir o volume no canal limpo e segurar o ganho para ter um timbre legal a volume baixo, no canal de Drive (war)  já complica um pouco, aqui na minha condição (apartamento com restrição de volume) ligado numa caixa 1x12 não da pra passar muito do volume 1 com o ganho no talo.

Porém o amplificador apresenta uma saída alternativa pra isso que, ao meu ver, junto com a versatilidade dos controles de equalização, são os grandes diferenciais dele: a saída direta de gravação.

            Essa saída você liga direto na mesa ou placa de som, pode cortar os gabinetes externos, e aí tem o timbre do valvulado numa condição totalmente controlada, pilotando volume no fone de ouvido ou no volume dos seus monitores de referencia. O resultado da saída de linha difere do microfonado, sim, obviamente, o falante influi na característica do som, assim como a ambiência,  porém compensando essa falta de ambiência e a característica do falante eu cheguei a ótimos resultados aqui, que resolveriam gravações  até profissionais sem problemas.

            O amplificador também é muito versátil com relação a sonoridade, a chave de tone muda completamente a característica de equalização trazendo ou tirando médios,  e em cada situação (limpo, meio saturado, bem distorcido) as chaves de bright, fat, e mesmo os controles de tonalidade  atuam de forma distinta gerando inúmeras possibilidades de timbre, entre cleans, drives  e distorções.

            Também trabalhei com ele da mesma forma que trabalho ao vivo, ampli limpo saturando com pedais, e obtive bons resultados tendo na monitoração um timbre próximo do meu set usado ao vivo. Ao usar o drive do próprio amplificador, o send return se mostra bastante útil pra se colocar as ambiências após o drive.

            O vídeo abaixo mostra os resultados obtido com guitarra no input do ampli e saída de linha ligada em placa de som e gravada no pro tools. O único efeito utilizado  foi um pouco de reverb para gerar uma leve ambiência, no demais não houve nenhum tratamento no áudio, para os sons pesados foi usada uma telecaster 48sth custom com malagoli HH777 na posição da ponte, e para os samples limpos e drives utilizada uma telecaster hurricane com captadores seymor dunca vintage staggered no braço, e seymour duncan jerry donahue na ponte e um captador single de alnico na posição de meio:

           Ainda utilizei o amplificador da mesma forma (saída de linha) porem com um timbre clean ligado no meu set de pedais pára esse vídeo abaixo de um coluna de guitarra country que escrevo para o site conexão guitarra, no vídeo o set de pedais utilizado é  ego compressor – compressor,  drive leve – fire overdrive,  drive pesado – Marshall shred máster – delay (slpaback) – zoom g2.  é um outro tipo de sonoridade mas mostra o resultado do amplificador reagindo há um set de pedais, dessa vez sem ambiência no pro tools, apenas o delay da pedaleira.

Conclusão:

O Titan é um amplificador compacto, bem construído e acabado,  vai atender as pessoas que querem um valvulado para tocar em casa, gravar, e usar ao vivo com possibilidade de reforço em P.A.  e monitores. Dos compactos que testei aqui é o mais versátil, indo bem em vários caminhos de sonoridade diferente.  Seu grande diferencial é a saída de linha que mostra um ótimo resultado em gravações diretas e realmente me surpreendeu com o timbre fornecido.  De limitações, ele não tem foot switch para chaveamento de canais, porém visando o uso caseiro não faz tanta falta mesmo porque tendo o equalizador compartilhado  as regulagens dos eqs pra cada canal são distintas.

 Para quem não tem problemas com vizinhos é perfeito, eu ainda senti a falta de power scaling (derrubar a potencia de saída) para poder aproveitar melhor os recursos do canal de drive num ambiente com limitação de volume, porém com a saída de gravação de linha isso foi contornado.  O custo benefício é bem justo (na casa dos r$ 1000,00) levando em conta tudo que esse aparelho pode fornecer. Realmente vale experimentar se você busca um amplificador nessa categoria.  

site do fabricante: http://www.pedrone.com.br/